O Exército de Frankenstein (Frankenstein Army, 2013)

A ideia é boa: os soldados do Stalin descobrem um
laboratório esquisito, que fica numa igreja abandonada, em que Frankenstein,
que trabalha para os nazistas, faz experimentos científicos com os prisioneiros.
A pilha de freiras queimadas do lado de fora dá uma ideia de que coisa boa não
tem lá dentro, mas é claro que os soldados entram mesmo assim. A ideia do
doutor maluquete é transformar os cadáveres em armas de guerra estilo Robocop, mas numa versão encapetada.
O filme é tão trash que os tiros disparados no começo
não são nem de festim, os caras apenas inseriram luzinhas toscas feitas por
computador e colocaram o som. Mas até aí tudo bem, a gente adora filme de
terror B, o problema é quando falta criatividade para desenvolver o roteiro. A
premissa, que de cara parece coisa de gente perturbada, acaba se diluindo numa
direção sem vergonha. A saber: o filme entre nessa modinha Bruxa de Blair de enfiar um personagem qualquer que filma tudo que
nem a cara dele e isso serve de desculpa para as imagens serem uma bosta. O
problema é que esse é um filme sobre a Segunda Guerra, e o fato de o
protagonista optar por andar com uma câmera Super 8 no lugar de um fuzil no
meio de uma batalha é, no mínimo, estranho.
O Exército de
Frankenstein segue a cartilha de filme slasher, com os personagens unidimensionais
morrendo um de cada vez (só que sem aquela parte em que as mulheres mostram os
seios), mas de forma bastante desinteressante, sem criatividade, sem nojeira e
sem sustos. O que salva são as criaturas, realmente muito bizarras e
assustadoras (os caras do Slipknot iriam curtir), com direito a uma que tem uma
hélice de avião na cara, que sai por aí triturando carne comunista e, se pá, de
criancinhas com suástica no braço também.
Lá pro final, o diretor ainda consegue fazer uma
crítica sensacional à guerra, numa cena em que a veia gore fala mais alto, mas
aí já é meio tarde pra salvar o filme de ser meia boca.